hoje, aos 99 anos, faleceu boris schnaiderman, a grande figura responsável pela consolidação da presença da língua e literatura russa em nosso país.
18 de mai. de 2016
17 de mai. de 2016
prêmio abl de tradução
uma triste notícia é a extinção dos prêmios anuais da academia brasileira de letras para diversas categorias e a manutenção apenas do prêmio machado de assis, pelo conjunto da obra.
com isso, a tradução perde mais uma instância de reconhecimento do ofício.
com isso, a tradução perde mais uma instância de reconhecimento do ofício.
13 de mai. de 2016
recomendação
magnífico o trabalho de lucila bassan zorzato, a presença da literatura infantojuvenil alemã no brasil, 2014, com vasto levantamento das traduções desse segmento publicadas no brasil entre 1832 e 2005, disponível aqui. agradeço a elfi kürten fenske pela dica preciosa.
9 de mai. de 2016
Coleção Rubaiyát, II
Cito agora uma ocorrência curiosa: na listagem dos
títulos publicados pela coleção que vem ao final de cada volume (aliás, no
início essa listagem vinha no começo), consta entre eles Carlos Drummond de
Andrade, com Poesia Errante, que enfeixaria poemas de diversos autores
traduzidos por ele. É o que se pode constatar, por exemplo, na listagem presente em O livro dos
provérbios (1950) ou em O Gitanjali (5a. ed., 1950), o quarto título contando de baixo para cima, na segunda página da listagem reproduzida acima:
Ocorre que a José Olympio jamais lançou essa Poesia Errante contendo as traduções de Drummond. Lembra Júlio Castañon Guimarães, em sua introdução
ao volume publicado pela Cosac Naify - este sim - com a Poesia traduzida de Carlos Drummond de Andrade,
que ainda em 29 de janeiro de 1955 o jornal carioca Tribuna da Imprensa noticiava a intenção da editora:
A Livraria José Olympio vai editar as traduções de poemas estrangeiros feitas por Manuel Bandeira, objeto de um lançamento há quase dez anos, sob o título de Poemas Traduzidos. [...] A mesma livraria anuncia também os poemas traduzidos de Carlos Drummond de Andrade, intitulado Poesia Errante.
Com efeito, a José Olympio publicou em 1956, pela Coleção Rubaiyát, o volume de Bandeira, mas
não o de Drummond. Fica o alerta de que
a listagem de títulos constante nos vários volumes da coleção nem sempre
correspondia ao que já fora efetivamente publicado e, pelo
menos neste caso, nem veio a sair. De todo modo, como mostra a publicação da
Poesia Traduzida de Bandeira, é interessante notar que o destaque da obra é
dada sobretudo a ele e a seu trabalho de tradução poética.
Outro exemplo, embora de menor importância, é o subtítulo de Cancioneiro do Amor, obra em dois volumes organizados por Wilson Lousada: na listagem consta (As mais belas poesias da literatura brasileira), ao passo que os exemplares impressos trazem Os mais belos versos da poesia brasileira.
Outra ocorrência similar se refere ao subtítulo da Nietzschiana com seleção e tradução de Alberto Ramos: (Antologia de toda a obra de Nietzsche) na listagem; Textos escolhidos na obra do autor de "Assim Falou Zaratustra" nos volumes impressos.
8 de mai. de 2016
Coleção Rubaiyát
A editora José Olympio manteve durante um tempo uma coleçãozinha que era um mimo, a Rubaiyát, em formato in-16, impressa em papel bouffon e belamente ilustrada ou com graciosas vinhetas, em capa dura, com a lombada em couro marroquim se estendendo por três centímetros na frente e no verso da capa, com letras e vinhetas douradas.
A coleção se estendeu por quase vinte anos (de 1942 a 1961), e lançou 47 títulos num total de 50 volumes, embora de maneira um tanto salteada. Às vezes passavam-se dois ou três anos sem sair nada, depois vinham uns três ou quatro lançamentos; às vezes também apenas relançavam títulos que já tinham saído alguns anos antes pela própria editora ou por outras, e assim por diante.
O catálogo era bem variado, mas com certo predomínio da chamada “poesia oriental”, como, aliás, vem indicado no próprio nome da coleção. Na verdade, a José Olympio já vinha mantendo uma iniciativa um tanto esporádica, chamada “Série de Poemas Orientais”, pela qual saíram sete títulos entre 1938 e 1942. Tenho para mim que a Coleção Rubaiyát foi uma espécie de formalização dessa série como um projeto editorial mais consistente. Nessa linha de perfil mais oriental, ela publicou várias coisas de Tagore, Saadi, Hafiz etc. Outra linha na coleção que também se destacava, em menor escala, baseava-se em textos bíblicos, em particular do Antigo Testamento: Jó, Eclesiastes, livros atribuídos a Salomão etc.
Mas a Coleção Rubaiyát trouxe também várias
coisas inéditas - entre elas destaca-se O
vento da noite, livro de poemas de Emily Brontë, em tradução de Lúcio Cardoso.
Aliás, o time de tradutores da Rubaiyát não deixava nada a desejar: além de Lúcio
Cardoso, havia também Manuel Bandeira, Octavio Tarquínio de Souza, Guilherme de
Almeida, Lúcia Miguel-Pereira, Abgar Renault, Geir Campos, Aurélio Buarque de Hollanda,
Oswaldino Marques, Adalgisa Nery e outros.
Seguem abaixo, por ordem alfabética de autor, os títulos publicados na
coleção e várias imagens de capa. Os sete títulos publicados antes na Série de Poemas Orientais trazem esse dado especificado entre colchetes, bem como o ano inicial de sua publicação. São 47 títulos, compondo ao todo 50 volumes.
- · Aires, Matias. Reflexões sobre a Vaidade dos Homens. 1953
- · Almeida, Guilherme de. Camoniana. 1956
- · Amaru. Poemas de Amor. Trad. Aurélio Buarque de Hollanda, 1949
- · Anônimo. Nalá e Damayanti. Trad. Luís Jardim, 1944
- · Bandeira, Manuel. Poemas Traduzidos. Traduções de Bandeira de vários autores, 1956 [R.A. Editora, 1945]
- · Baudelaire, Charles. Flores das “Flores do Mal” de Charles Baudelaire. Trad. Guilherme de Almeida, 1944 [extra-coleção]
- · Baudelaire, Charles. Pequenos Poemas em Prosa. Trad. Aurélio Buarque de Hollanda, 1950
- · Brontë, Emily. O Vento da Noite. Trad. Lúcio Cardoso, 1944
- · Descartes, René. Discurso do Método. Trad. João Cruz Costa, 1960
- · Eclesiastes, atribuído a Salomão. Trad. Pe. António Pereira de Figueiredo, 1950
- · Hafiz e Saadi. Vinho, Vida e Amor. Trad. Aurélio Buarque de Hollanda, 1946
- · Hafiz, Al-Din M. Os Gazéis de Hafiz. Trad. Aurélio Buarque de Hollanda, 1944
- · Herold, A. Ferdinand. A Grinalda de Afrodite – Epigramas amorosos da antologia grega. Trad. Valdemar Cavalcanti, 1949
- · Kalidasa, A Ronda das Estações. Trad. Lúcio Cardoso, 1944
- · Kháyyám, Omar. Rubáiyát. Trad. Octavio Tarquinio de Souza, 1942 [Imprensa Nacional, 1928; passou para a JO em 1935; Série de Poemas Orientais, 1938]
- · Lousada, Wilson (org.). Cancioneiro do Amor (Os mais belos versos da poesia brasileira). 2 vols, sendo I. Árcades, Românticos, Parnasianos; II. Simbolistas e Contemporâneos. 1950
- · Lousada, Wilson (org.). Cancioneiro do Amor (Os mais belos versos da poesia portuguesa). 1952
- · Louys, Pierre. O Amor de Bilitis (Algumas Canções). Trad. Guilherme de Almeida, 1943
- · Marco Aurélio. Meditações. Trad. Lúcia Miguel-Pereira, 1957
- · Mello, Thiago de. A Lenda da Rosa. 1955
- · Montaigne, Michel de. Seleta dos Ensaios (3 vols.). Trad. J. M. Toledo Malta, 1961
- · Nietzsche, Friedrich. Nietzschiana. Trad. Alberto Ramos, 1949
- · O Cântico dos Cânticos, atribuído a Salomão. Trad. Augusto Frederico Schmidt, 1949. [Série de Poemas Orientais, 1938]
- · O Livro da Sabedoria [atribuído a Salomão]. Trad. Pe. António Pereira de Figueiredo, 1952
- · O Livro de Job. Trad. Lúcio Cardoso, 1943
- · O Livro dos Provérbios, atribuído a Salomão. Trad. Pe. António Pereira de Figueiredo, 1950
- · Odes Anacreônticas. Trad. Jamil Almansur Haddad, 1952
- · Petrarca, Francesco. O Cancioneiro de Petrarca. Trad. Jamil Almansur Haddad, 1945
- · Rilke, Rainer M. Poemas de Rainer Maria Rilke. Trad. Geir Campos, 1953
- · Salet, Pierre. Palavras do Buddha. Trad. Guilherme de Almeida, 1948
- · Shirazi, Saadi. O Jardim das Rosas. Trad. Aurélio Buarque de Hollanda, 1952
- · Livro dos salmos, ou Saltério. Trad. Pe. António Pereira de Figueiredo, 1955
- · Sermão da Montanha. Trad. Frei João José P. de Castro, 1956
- · Shakespeare, William. A Tragédia de Hamlet, Príncipe da Dinamarca. Trad. Péricles Eugênio da Silva Ramos, 1955
- · Shakespeare, William. Macbeth. Trad. Manuel Bandeira, 1961
- · Stendhal. Do Amor (Trechos). Trad. Wilson Lousada, 1958
- · Tagore, Rabindranath. A Lua Crescente. Trad. Abgar Renault, 1950 [Série de Poemas Orientais, 1942]
- · Tagore, Rabindranath. Colheita de Frutos. Trad. Abgar Renault, 1945
- · Tagore, Rabindranath. O Gitanjali. Trad. Guilherme de Almeida, 1943 [Cia. Editora Nacional, 1932; Série de Poemas Orientais, 1939]
- · Tagore, Rabindranath. O Jardineiro. Trad. Guilherme de Almeida, 1943 [Série de Poemas Orientais, 1939]
- · Tagore, Rabindranath. Pássaros Perdidos. Trad. Abgar Renault, 1947
- · Touissant, Franz. As Pombas dos Minaretes. Trad. Aurélio Buarque de Hollanda, 1945
- · Toussaint, Franz. A Flauta de Jade (Poesias Chinesas). Trad. Mauro de Freitas, 1949 [1942, Série de Poemas Orientais]
- · Toussaint, Franz. O Jardim das Carícias. Trad. Adalgisa Nery, 1950 [Série de Poemas Orientais, 1938]
- · Whitman, Walt. Cantos de Walt Whitman. Trad. Oswaldino Marques, 1946
- · Wilde, Oscar. Salomé. Trad. Dante Costa, 1952
- · Yutang, Lin. A Sabedoria de Confúcio. Trad. Geir Campos, 1958
Sobre o Rubaiyát no Brasil, veja aqui
Sobre Emily Brontë no Brasil, veja aqui
Sobre Walt Whitman no Brasil, veja aqui
Sobre Baudelaire no Brasil, veja aqui
Sobre Nietzsche no Brasil, veja aqui
Sobre Shakespeare no Brasil, veja aqui
Sobre Rilke no Brasil, veja aqui
Sobre Lúcio Cardoso tradutor, veja aqui
Sobre Manuel Bandeira tradutor, veja aqui
Veja também Coleção Rubaiyát, II, aqui.
obs.: a ideia para esse post me surgiu a partir de um levantamento inicial disponível aqui.
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