31 de mar. de 2012

dickens IV

retomando os primeiros lançamentos de dickens no brasil, entre 1908 e 1911, que listei aqui, eis as outras traduções das mesmas obras:

I.
a. para scenas da vida ingleza, em 1996 sai uma curta seleção de retratos ingleses feita por maura sardinha, traduzidos por josé paulo paes, pela ediouro:

RETRATOS INGLESES

b. em 2003 vamos ter histórias londrinas (sketches by boz), em tradução de marcello rollemberg, pela record:




II.
o abysmo e o homem e o espectro ressurgem:

a. o abismo em 1943, em tradução de e. p. fonseca, pela pongetti:



esta tradução atualmente está no catálogo da ediouro:

Livro O Abismo Coleção: Classicos de Bolso da editora Ediouro

b. no mesmo ano, sai o abismo (clube do livro), sem identificação do tradutor, mas, a julgar pelos padrões da casa, não me surpreenderia se fosse cópia d'o abysmo da garnier.



a. em 1946 sai uma coletânea do clube do livro, a voz dos sinos, que traz o conto do título (em tradução de elsie lessa), "aventuras de alguns marujos ingleses" (em tradução de isak mielnick) e "o homem e o espectro", este sem crédito de tradução. meu palpite é que é cópia da edição da garnier.



b. em 1947, o clube do livro lança um volume com o homem e o espectro, sem créditos, seguido dos "marujos" na tradução de mielnick. mesmo palpite.




III.
há inúmeras adaptações e condensações de david copperfield. mas a obra propriamente dita, na íntegra, só teve mais uma tradução depois da de 1909 - aliás, a rigor, esta seria a única tradução brasileira!* foi feita por costa neves e saiu em 1941 pela pongetti, com várias reedições até 1962:


foi licenciada para a jackson para algumas edições entre 1947 e 1963:

David Copperfield (Em 2 Volumes)

e depois para a tecnoprint em 1987 e para a ediouro em 1993:

Livro: DAVID COPPERFIELD


IV.
finalmente, para the old curiosity shop, que tinha saído como o armazém de antiguidades em 1910/11, muitíssimo incrivelmente não encontrei nenhuma, nenhuma tradução brasileira* - um espanto! e pensar que a pequena nell é um dos personagens mais famosos da literatura, responsável pelo maior número de lenços encharcados de que se tem notícia na história... já traduções portuguesas, há várias. mas, só para não ficar uma coisa assim tão bizarra, deixo registrada uma adaptação lançada em 1961, a galeria do antiquário, feita por maria lúcia de mello e souza para a coleção primavera, da paulinas:



* em ambos os casos, espero que eu esteja errada.

acompanhe as traduções de dickens no brasil aqui.

8 comentários:

  1. saiu uma tradução de josé rubens siqueira pela cosac naify recentemente. vale a pena dar uma investigada melhor.

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    1. obrigada. esse post é de 2012; quando eu vier a atualizá-lo, complementarei com esse dado.

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  2. Fernando Simões27.7.15

    Denise, essa tradução de David Copperfield feita pelo Costa Neves infelizmente tem graves problemas. Partes inteiras foram suprimidas, alguns diálogos de personagens secundários (como alguns da engraçadíssima sra. Gummidge) foram resumidos em uma ou duas linhas, ou simplesmente não são mencionados.

    É uma pena.

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    1. Olá Fernando, acho que você me salvou de uma má compra. Já ia fechar negócio em uma edição da Pongetti. Estou em busca da edição mais próxima possível da original. Há alguma que você recomenda?

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    2. letícia, tem a recente do josé rubens siqueira, pela cosac, mencionada acima pela ester. não cheguei a compulsá-la, mas zé rubens é excelente tradutor.

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  3. Anônimo20.2.19

    Detesto adaptações. Acho um absurdo mudar o estilo em que uma obra foi escrita. Há muito tempo peguei uma adaptação do Dom Quixote da Ediouro, dita para o público jovem, que trocava a célebre abertura do romance "Em um lugar da Mancha, cujo nome não quero lembrar" (cito de memória, desculpe se não está direito) por "O lugar não importa". E a obra original acabou assassinada.
    No caso do Old Curiosity Shop, é completamente sem sentido a reescrita da morte de nell, que é famosa justamente pelo seu tom melodramático.
    Pra completar, a capa de A Galeria do Antiquário das Paulinas parece revista antiga de fotonovela.

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  4. Anônimo8.12.24

    Li uma tradução portuguesa de Old Curiosity Shop, com o título "A Loja de Antiguidades", há poucos anos. Não é o melhor Dickens, mas Dickens nunca é totalmente ruim. De fato há sentimentalismo, mas sua reputação nesse sentido é meio exagerada, e o sentimentalismo pode ser uma forma razoável de se expressar diante da miséria e ruindade do mundo. A morte de Nell é de uma dor e beleza pungentes. Talvez pareça ridículo, mas li alguns trechos da morte de Nell no sepultamento de minha mãe. Me pareceu condizente com ela, com sua bondade e com a vida dura e sofrida que ela levou.

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