
O empresário Martin Claret não conseguiu vender a editora Martin Claret para os espanhóis que compraram a Editora Objetiva e lançaram o selo Alfaguara. A denúncia de plágio publicada pelo Jornal Opção abortou a venda.
Insatisfeito porque o negócio não foi concretizado, Martin Claret interpelou judicialmente a tradutora Denise Bottmann. Crime de Denise: assina um blog (Não Gosto de Plágio) no qual publica denúncias de plágios e citou casos divulgados pelo Jornal Opção e outros jornais. Denise tem várias virtudes; cito duas: é séria e competente. O plagiário, o criminoso, quer processar quem não cometeu crime algum. Porque foi acionado pelo Ministério Público de São Paulo e perdeu dinheiro.
Ao apurar que a Martin Claret havia plagiado “A República”, de Platão (o filósofo Gonçalo Palácios descobriu o plágio e eu escrevi a reportagem), o Jornal Opção ligou para seu proprietário. Afável, apresentando-se como “velho”, Martin Claret sugeriu que o jornal publicasse a reportagem só depois que tivesse negociado a editora com os espanhóis. Não foi atendido. O Jornal Opção publicou a matéria e a “Folha de S. Paulo” ampliou a denúncia.
obrigada, sr. euler. o jornal opção é que tem várias virtudes, entre elas ser sério e competente - por isso suas denúncias se fazem ouvir brasil afora.
imagem: http://portas-lapsos.zip.net
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Particularmente interessante é: "Martin Claret sugeriu que o jornal publicasse a reportagem só depois que tivesse negociado a editora com os espanhóis". E eu que já achava que cara de pau tinha limite.
ResponderExcluirpublicarei abaixo algumas mensagens que recebi por e-mail.
ResponderExcluirde gabe bokor, do translation journal:
ResponderExcluirParabens, Denise. É prova que ainda tem muita gente decente no Brasil, gente que não tem medo de desafiar os poderosos interesses econômicos.
Mesmo sem conhecê-la pessoalmente, sou admirador seu e lhe desejo sucesso e vitória em sua luta.
E obrigado por mencionar o Translation Journal em seu blog.
Abraços,
Gabe
de otacílio nunes:
ResponderExcluirDenise, viva! É ótimo receber uma notícia dessas - a da solidariedade, claro! E também sacode a gente para não ficar parado, só assistindo a uma luta corajosa e de brilho como a sua.
de anna magdalena machado bracher:
ResponderExcluirParabéns pela coragem, Denise!!!
de maria alzira brum lemos:
ResponderExcluirOlá Denise,
que chato.
Você faz um bom trabalho em defesa da profissão!
de ivo barroso:
ResponderExcluirAmiga,
gostei! sempre há de haver uma voz do lado de cá.
priscila manhães:
ResponderExcluiré um absurdo!
Mais que provado a farsa da tradução da Martins Fontes...o Brasil devia proibir essa editora de editar livros...ela faz um grande deserviço para os estudantes e leitores em geral.
ResponderExcluirPrezados amigos, estou indignado com a má qualidade da tradução e edição da Política de Aristóteles traduzida por um tal NESTOR SILVEIRA CHAVES...1) O texto da edição não está completo, e não há aviso na introdução do livro (não avisa aos leitores que é apenas uma seleção de trechos escolhidos à torto e à direito. 2)Não marca o texto oficialmente, apenas diz os números de livros e partes. Horrível para achar uma passagem do tipo 1291a 14-17, por exemplo. Tudo bem, se não é uma edição "acadêmica", mas retirar partes do texto? Começo a duvidar que exista esse tradutor...é o mesmo nome para a Edouro, Edipro e Atena. E ele traduz obras em grego e francês. Alguém sabe algo dessa farsa? Na edição da Martins Fontes, a tradução é de uma tal Torriei Guimarães. que nunca existiu....desconfio que a Martin usou a tradução do velho Nestor, hahaha
Digoe e aposto que se fosse feita uma "auditoria literária" nas edições da Martin Claret, principalmente qanto às suas traduções, muito ainda ia ser descoberto...a qualidade deles é péssima, retiram partes e partes dos textos, o sentido é confuso- a meu ver- por culpa deles, em mudar um pouco as traduções...terminam deixando tudo confuso...ótimo serviço esse que vocês do Blog prestam para o mundo editorial brasileiro!
ResponderExcluirprezado anônimo, agradeço a visita e a mensagem. outro grande problema dessa onda de plágios é a perda de credibilidade das obras, e a gente como leitor acaba ficando sem saber o que presta e o que não presta. é terrível!
ResponderExcluirgostaria de apenas de fazer uma ressalva: a editora com inúmeros plágios em seu catálogo é a martin claret, não a martins fontes. a martins fontes é uma respeitável editora, com excelente catálogo e ótimas traduções.
desculpe, não entendi a que edição da política vc se refere. nestor silveira chaves traduziu a política nos idos dos anos 1940. a primeira edição é pela atena em 1949. como a atena fechou nos anos 1960, grande parte de seu catálogo foi adquirida pela tecnoprint (atual ediouro, que continuou a publicar essas mesmas traduções.
nos anos 90, outras editoras também começaram a republicar algumas dessas traduções, não sei se com a licença da ediouro ou não. é o caso da escala e da edipro, que vc menciona.
mas geralmente não são plágios, os créditos de tradução são corretos. a tradução de nestor silveira chaves, ao que sei, foi feita a partir do francês.
torrieri guimarães existe, ainda está vivo, perto dos 80 anos. fez várias traduções, em geral a partir do espanhol. não cheguei a ver sua tradução da política pela martin claret, mas acredito que provavelmente também é pelo espanhol. não é propriamente um nome muito respeitado na área, mas não significa que seja desonesto, e sim que às vezes suas traduções deixam um pouco a desejar.
quanto ao tipo de numeração usada na política, vc tem razão, ela varia de acordo com a edição de base usada para a tradução. a tendência é que acabe prevalecendo a edição estabelecida com mais rigor, que é justamente essa que vc menciona. mas isso não significa que as outras estejam necessariamente erradas. são apenas padrões diferentes.
Olá, Denise! A edição(editora Escala) de A Política de Aristóteles contém o texto integral da obra ou não
ResponderExcluirOlá! Insisto na pergunta do último anônimo a comentar. :B
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