Seis policiais prenderam a viúva xeroqueira Elisângela Monteiro de Lima, que foi trancafiada na Colônia Penal Feminina do Recife.
Explica o delegado: "Só em copiar um trecho do livro, a pessoa já está cometendo um crime".
A operação foi realizada com o apoio da Associação Brasileira de Direitos Reprográficos.*
* (aquela do dedão sinistro: veja aqui)
Fonte: http://www.abdr.org.br/site/textoview.asp?id=31
Imagem: digital
Infelizmente escrevi um longo texto, mas ao postar, perdi tudo pois houve um erro. O que quero dizer é que não me lembro de ter xerocado em toda a minha vida universítária (duas faculdades e um curso de pós) um único trecho ou livros sobre literatura. No caso desta mulher, não há como julgar, pois o que se lê veio sem contexto. Porque é preciso lembrar que vivemos num país em que os estudantes não têm dinheiro para comprar tudo o que os professores pedem, não é? E, que me lembre, a demanda é enorme... Parabéns pelo blog. Isa Fonseca
ResponderExcluirprezada isa, obg.
ResponderExcluira notícia na íntegra está no link da fonte dada no fim do post. é de 2008 - é apenas para mostrar a truculência dessas ações resultantes do ativismo repressor da abdr.
"'tejo preso"
ResponderExcluirSou do tempo do mimeógrafo de álcool. Depois, grande progresso! o de tinta. Depois, a multilith... Depois, xerox... Mas não parou aí. Alguns pararam:(
Já inventaram multifuncionais e scanners [ http://compare.buscape.com.br/hp-scanjet-g2410.html?pos=1 ]
Com um scanner baratinho de menos de R$300,00 já se faz mais do que com qualquer "xerox" (reprográfica).
Acrescente um bom programa de OCR. P. ex. o ABBYY - http://finereader.abbyy.com/
...
Dispense a impressora, economizando tinta e papel, imprimindo virtualmente em pdf. P. ex. com o pdf995 - http://www.pdf995.com/
...
Só com estas ferramentas acima, ao alcance de qualquer Centro Acadêmico (ou do bolso de alguns universitários), dá para superar essa bizantina discussão sobre... xerox! (Nada a estranhar: ainda tem gente que pichava/picha mesmo depois da invenção do spray).
Meios de produção para liberar TODOS os livros e colocá-los ao alcance de TODOS, no mundo TODO, existem. Mas é "necessário", através dos cercados modernos, atribuir valor de mercado aos bens: daí os DRMs e a penalização de qualquer reprodução.
Houve tempo, há não muito tempo, em que até Centros Acadêmicos de Direito tinham "departamento de apostila".
A legislação está SEMPRE defasada em relação à vida real.
Como as mudanças no mundo real se aceleraram, a legislação ficou jurássica, foi lançada à pré-história.
Só para lembrar: não faz tanto tempo assim que o Código Civil dedicava páginas e páginas... ao dote.
E tem gente que fala e escreve "desquite".
Crimes confessos: Para minha dissertação de mestrado, xeroquei na Mário de Andrade e na biblioteca da Faculdade de Direito (a do Largo) diversos livros. Para minha tese de doutorado, xeroquei obras na Biblioteca do Senado, na do STF e reiterei os crimes praticados na Mário de Andrade e na biblioteca da Faculdade de Direito.
Devo me entregar e fazer companhia à pobre viúva?
Os membros do STF formados no Largo me acompanhariam?
Olha, se não fosse a xerox, a maioria das pessoas não conseguiria estudar (e ler obras específicas) nesse país. Isto quer dizer também que se não fosse a xerox uma pequena elite continuaria a dominar o conhecimento. Se pensarmos bem, a xerox diz muito sobre a situação extremamente desigual de como o conhecimento, bem como quaisquer bens simbólicos e materiais, são distribuídos no Brasil, e de como, portanto, os livros não chegam a todos. Direitos autorais sim. Mas direitos autorais para um país mais digno que não acolha tantos editores que promovem edições caríssimas para dizer que fizeram bonito para uma pequena elite...
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