
parece que sartre em livro chegou a nós inicialmente pelo instituto progresso editorial (ipe), em 1948, com o muro, em tradução de alcântara silveira. em 1957, essa tradução passa a ser publicada pela civilização brasileira. aqui na capa de 1963.

seguiu-se em 1949 a idade da razão, pelo mesmo ipe. ignoro o tradutor.

em 1949, guilherme de almeida traduz entre quatro paredes (huis clos) para a montagem teatral de adolfo celi em 1950 no tbc. essa tradução vem a ser publicada em livro apenas em 1977, na coleção "teatro vivo" da abril cultural.

em 1951 sai sua peça o diabo e o bom deus, pela difusão europeia do livro (difel), em tradução de maria jacintha. aqui em capa de 1964.

em 1957, a idade da razão, os caminhos da liberdade I, em tradução de sérgio milliet pela difel

em 1958, sursis, os caminhos da liberdade II, também em tradução de sérgio milliet pela difel.

ainda em 1958, sai "o muro" na antologia titãs da literatura, vol. VII da coleção "os titãs" da el ateneo do brasil, em tradução de a. barbosa rocha. como se trata de uma coleção organizada originalmente em espanhol por lázaro liacho, imagino que a tradução tenha sido feita a partir do espanhol.
em 1959, com a morte na alma, os caminhos da liberdade III, idem, idem.

também em 1959, temos seu texto prefaciando a tortura de henri alleg, pelas edições zumbi, em tradução de armando gimenez.
dados e imagem extraídos do álbum de dainis karepovs no facebook

em 1960, inaugurando a editora do autor, sai furacão sobre cuba, acrescido de artigos de fernando sabino e rubem braga sobre suas visitas a cuba
em 1960, pela tempo brasileiro, crítica e história literária, anais do congresso brasileiro, com palestra de sartre, que era o convidado especial do congresso.

em 1960, sai reflexões sobre o racismo (com "reflexões sobre a questão judaica" e "orfeu negro"), em tradução de jacó guinsburg, pela difel.

em 1961, temos a prostituta respeitosa em tradução de miroel silveira, pela civilização brasileira

em 1964, sai a imaginação, também pela difel, em tradução de luiz roberto salinas fortes.

no mesmo ano e pela mesma editora, temos as palavras, em tradução de jacó guinsburg.
em 1965, temos esboço de uma teoria das emoções pela zahar, com tradução de fernando de castro ferro.

ainda em 1965, sai o fantasma de stálin pela paz e terra.

em 1966, as troianas (adaptado de eurípides), pela difel, em tradução de rolando roque da silva

também em 1966, pela tempo brasileiro, temos marxismo e existencialismo, controvérsia sobre a dialética (sartre e outros), em tradução de waltensir dutra.

ainda em 1966, sai questão de método pela difel em tradução de bento prado jr.

em 1968, pela tempo brasileiro, temos colonialismo e neocolonialismo em tradução de diva vasconcelos.

também em 1968, sai "vietnã: eua culpados de genocídio" na revista civilização brasileira, vol. IV, n. 17

ainda em 1968, o caso debray, um crime monstruoso, pela dorell, em tradução de carlos t. simões

em 1969, sai "determinação e liberdade" em moral e sociedade, pela paz e terra, em tradução de nice rissone a partir do italiano

em 1970, a paz e terra lança estados unidos no banco dos réus com sartre et al. (tribunal internacional de guerra), em organização e tradução de maria helena kunher
em 1975, pela inúbia, sai "autorretrato aos setenta anos", entrevista de sartre a michel contat, em cadernos de opinião 2 - o autoritarismo e a democratização necessária (número apreendido pela polícia federal).

em 1980, temos "um coração na proa do tempo" em encontros com a civilização brasileira 22

também em 1980, inaugurando sua coleção série oitenta, a l&pm publica o testamento de sartre, com "quinze anos de opiniões", em tradução de j. a. pinheiro machado, bem como sua última entrevista (a benny levy), em tradução da agência estado, e textos de outros autores.

inacreditavelmente, parece que apenas em 1980 sai a náusea entre nós. a tradução é de rita braga, pela nova fronteira

também em 1980, pela paz e terra sai sartre no brasil, texto de sua conferência em araraquara, em tradução de luiz roberto salinas fortes

em 1982, sai a cerimônia do adeus de simone de beauvoir, acompanhada de entrevistas com sartre, pela nova fronteira, em tradução de rita braga

em 1983, sai diário de uma guerra estranha (a drôle de guerre"), pela nova fronteira, em tradução de aulyde soares rodrigues

em 1984, também pela nova fronteira, sai freud, além da alma, em tradução de jorge laclette

em 1984, temos o existencialismo é um humanismo, na coleção "os pensadores" da abril cultural, em tradução de rita correia guedes

em 1987, sai a conferência de sartre na universidade mackenzie, em 1960, na revista discurso 16, disponível aqui

também em 1987, sai áden arábia de paul nizan com prefácio de sartre, em tradução de bernadette lyra, pela marco zero (reeditado em 2003 pela estação liberdade)

em 1990, a nova fronteira lança verdade e existência, texto de 1948 publicado postumamente, em tradução de marcos bagno

em 1992, a papirus lança os dados estão lançados em tradução de lucy risso moreira césar
em 1992, a nova fronteira publica a esperança agora, últimas entrevistas de sartre a benny lévy, em tradução de maria luiza x. de a. borges

em 1993, sai pela ática que é a literatura? em tradução de carlos felipe moisés

em 1994, também pela ática, temos em defesa dos intelectuais em tradução de sérgio paulo de góes

também em 1994, é lançada a coletânea o perigo da hora - o século vinte nas páginas do the nation, com artigos de sartre et al., pela scritta, com tradução de hamilton santos e daniel piza

em 1995, sai nova tradução de a questão judaica, agora de mário vilela, com apresentação de moacyr scliar, pela ática

em 1996, sai o imaginário: psicologia fenomenológica da imaginação, pela ática, com tradução de duda machado

finalmente, em 1997 sai o ser e o nada - ensaio de ontologia fenomenológica, pela vozes, com tradução e notas de paulo perdigão

em 1998 sai um daqueles abomináveis "livros-clipping" da martin claret, uma colcha de retalhos sobre vida e pensamentos de sartre, apenas aproveitando excertos de traduções publicadas por outras editoras.

então, em 2002, temos a crítica da razão dialética, precedida por questões de método, tomo I, teoria dos conjuntos práticos, em tradução de guilherme joão de freitas teixeira, pela dp&a (agora lamparina)

em 2002, saint genet: ator e mártir é lançado pela vozes, em tradução de lucy magalhães

também finalmente, em 2005 a cosac naify lança situações I - críticas literárias em tradução de cristina prado e prefácio de bento prado jr.

ainda em 2005, a cosac naify lança o sequestrado de veneza em tradução de eloísa araújo ribeiro e notas de luiz marques

no mesmo ano, pela nova fronteira, temos as moscas em tradução de caio liudvik

em 2007, pela l&pm, sai a nova tradução de esboço para uma teoria das emoções, de paulo neves

em 2008, sai nova tradução de a imaginação, também pela l&pm, também de paulo neves

em 2009, a rainha albermarle ou o último turista, pela globo livros, em tradução de júlio castañon guimarães

em 2010, mais uma nova tradução, agora de o existencialismo é um humanismo, por joão batista kreuch, pela vozes. (agradeço a everton marcos grison pela informação correta sobre a imagem de capa.)

em 2012, a wmf publica alberto giacometti, em tradução de célia euvaldo
para 2013, a l&pm programa o lançamento de o idiota da família, o monumental estudo de sartre sobre flaubert.
este é um apanhado geral: devem existir inúmeros textos de sartre em coletâneas e revistas, que acrescentarei à medida que eu for localizando as referências.
outros:

em maio de 68, pela azouge, lançado em 2008, tem algum texto de sartre - não sei qual é, mas tenho a impressão de que é sartre entrevistando cohn-bendit

em nossa senhora das flores de jean genet, publicado no brasil pela nova fronteira em 1983, em tradução de newton goldman, sai um bom trecho de saint genet: comédien et martyr (pp. 497-535) - agradeço a informação a thiago cândido.

em 1958, a martins publica "o muro" em obras-primas do conto francês, com seleção de jacob penteado, sem créditos de tradução.
a título de curiosidade: ao que parece, o primeiro sartre romancista a sair entre nós foi um longo trecho de sursis, pela revista joaquim, de curitiba, em seu número 17, em março de 1948. a tradução foi feita por waltensir dutra, então um dos jovens integrantes da chamada geração de 45. ao que parece, antes disso haviam sido publicadas em periódicos algumas outras coisas de sartre, mas apenas do sartre ensaísta.
atualizado em 27/01/2013
Denise, em 1983 sai, na edição da Nova Fronteira para 'nossa Senhora das flores' do Genet, um trecho (p. 497-535) do "Saint Genet, comédien et martyr" em tradução de Newton Goldman (o mesmo tradutor do romance de Genet).
ResponderExcluirolá, thiago, que legal, obrigada! vou reunir mais algumas coisas e aí atualizo. obrigada de novo :-)
ResponderExcluirMuito interessante sua postagem Denise. A tradução da Vozes para o Existencialismo é um Humanismo compõe a coleção Textos Filosóficos, publicada em 2010. A capa que colocaste é da edição de bolso que eles lançaram, em fins de 2011 e início de 2012. Observei que a Saraiva d'bolso lançou várias traduções da Nova Fronteira para as obras de Sartre. São elas: O Muro, A Náusea, A Idade da Razão, Com a Morte na Alma.
ResponderExcluirobrigada, everton, corrigido!
ExcluirObrigado pelo apanhado sobre Sartre Denise! estou fazendo uma cadeira sobre Existencialismo e queria saber quais traduções de Sartre estavam disponíveis no Brasil. E também quero agradecer ao Everton por informar sobre as traduções da Saraiva d'bolso. Eu estava com problemas para encontrar a tradução da Nova Fronteira de A Náusea, que foi a recomendada pelo professor, mas agora que sei que a Saraiva publicou esta tradução posso comprar a edição dela sem medo. Mais uma vez, obrigado aos dois!
ResponderExcluirque legal, henrique, fico feliz que tenha sido útil.
ExcluirMais uma vez, Denise, quantas surpresas, quantos títulos eu nem suspeitava terem sido traduzidos. O curioso é que apesar do prestígio e da aura carismática, alguns títulos demoraram uma eternidade para aparecem em português do Brasil (caso de "A náusea" e "O ser e o nada", o primeiro talvez porque a tradução portuguesa circulou muito por aqui).
ResponderExcluirAbração, Alfredo.
é, a impressão é que a divulgação do sartre pensador no brasil é mais de tipo panfletário ou meio geralzona mesmo... mas a difel com caminhos da liberdade foi uma coisa importante, e depois com questão de método.
ResponderExcluirDenise, para acrescentar à sua pesquisa, tenho uma edição de A Idade da Razão pela Círculo do Livro, de 1976, também na tradução de Sérgio Milliet.
ResponderExcluirobrigada!
ExcluirDenise, querida, lembro da minha leitura impactante de A Nausea, nos meus 15, 16 anos, antes de 1980, quando nós duas já quase nos conhecíamos, na universidade. Aí fui procurar referência à tradução, e encontrei uma nas bibliotacas da Unicamp, que aqui vai:
ResponderExcluirA náusea : romance / Jean-Paul Sartre ; tradução de António Coimbra Martins
Lisboa: Europa-América, 1958.
É uma tradução portuguesa, talvez fosse a que circulava até a tradução brasileira de 1980...
Beijos!
Adriana Carvalho Koyama
que legal, adriana, bom saber!
Excluirbeijinhos :-)
Boa tarde! Achei demais o destino dado a seu blog! Gostaria de saber se você pode me orientar com uns livros que pretendo ler, mas são muitas editoras e gostaria de um preço legal também. Pode me ajudar? Obrigada. Camila.
ResponderExcluirolá, camila, que bom que você gostou.
Excluirolha, infelizmente fica difícil ajudar na orientação de leitura, pois nem tenho essa bagagem toda. quanto a preços, mais fácil consultar sites de sebos e livrarias, não acha?
abraço
denise
mt bom em
ResponderExcluirDenise querida, você sabe algo do tradutor Rolando Roque da Silva? Traduziu algumas das Exemplares, mas não encontro nada sobre esse senhor...
ResponderExcluirsim, é um senhor, acho que era advogado, tem bastante coisa traduzida. acho que a editora ícone deve ter algum contato dele.
ResponderExcluirDenise, infelizmente ele morreu. Olha que encontrei na FSP ( 22 de agosto de 2012)
ResponderExcluirISABEL CAMPANELLA DA SILVA - Aos 96, viúva de Rolando Roque da Silva. Deixa dois filhos. Cemitério Congonhas.
Não estou encontrando nada sobre ele além de vários livros traduzidos, e autores como Neruda, Borges... Vou tentar na Ícone. Li teus recados e estou estarrecida: mais uma edição pra pesquisar! beijos
silvia, é que ando meio sem tempo - mas vc encontra vários livros de poesia escritos por ele, e menções ao "vate paulistano" na rede.
ResponderExcluire certamente pode tentar contactar os filhos
ResponderExcluirVários livros de poesia dele... estou até fazendo um catálogo de livros com sua autoria, além das traduções, é claro. pensei nos filhos, vou ver onde caço alguém... Tb tou sem tempo, vou ter que fazer uma pesquisa incompleta, a terminar a tempo das atas.
ResponderExcluirdenise, vc tem alguma coisa escrita sobre a tradução de júlio castañon guimarães, para "A rainha albemarle ou o último turista - fragmentos"?
ResponderExcluirEstou lendo na tradução publicada pela Ed. Globo, 2009.
grato desde já
zeca
olá, zeca, não, não tenho. na verdade, nem cheguei a ler.
ResponderExcluirabraço,
denise